Dia do Combate à Intolerância Religiosa: números no Brasil assustam
Ataques contra religiões relacionadas à matriz africana são maiores
O dia 21 de janeiro é dedicado à luta contra a intolerância religiosa. Em 2023, o Brasil registrou um crescimento alarmante de desrespeito contra práticas e crenças religiosas, principalmente, ataques a religiões relacionadas à matriz africana, como umbanda e candomblé.
Apenas no início de 2024, o Disque 100 registrou 1.227 denúncias de intolerância religiosa, cerca de 80% a mais em comparação ao mesmo do ano passado. Além disso, o aumento de denúncias na internet triplicou nos últimos anos, sendo necessário abordar o assunto.
A data escolhida para falar sobre o combate à intolerância religiosa foi uma homenagem à Mãe Gilda, líder espiritual que em vida sempre lutou para combater a intolerância religiosa. Ela teve o terreiro invadido e sofreu agressões morais, levando a falecer no dia 21 de janeiro de 2000.
Resiliência
O Ministério dos Direitos Humanos (MDH) apontou que as religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé, são as mais descriminalizadas no Brasil, no qual 60,5% das vítimas são mulheres e 46,2% sofrem preconceito nas próprias residências.
Diante disso, cada religião tem uma forma de combater a intolerância e de proteger os fiéis dos ataques. Segundo o zelador de Umbanda, Brener de Tempo, a melhor maneira de lidar é a resiliência, resistir, aprender e ensinar aos adeptos a ter sabedoria.
“As pessoas precisam estudar para poderem realmente falar sobre o assunto”, disse Brener.
Ignorância
De acordo com o monsenhor Magno, a intolerância religiosa pode ser entendida como um fruto perverso da ignorância em relação à própria religião. Magno ressaltou que basta o ser religioso estar atento para perceber que a ação de Deus alcança todas as pessoas.
“A prática da intolerância religiosa significa que a pessoa está muito voltada para si e não para o próximo”, alertou o Monsenhor.
Amor
Para o pastor Mateus, o ensinamento é sempre a palavra de Deus. Conforme o missionário, o Brasil é um Estado Laico e é necessário entender e aceitar a decisão de cada religião e cabe a cada líder ter uma sabedoria em conduzir os membros de determinadas crenças.
“Se pregamos a favor ou sobre o amor, nós devemos viver esse amor”, ressaltou Mateus.
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